Cipreste Gladiador

Diante do guardião impávido, solicito a entrada da minha alma na ordem dos templários...
Está sendo difícil mas, não vou desistir enquanto não quebrar o gelo...
O luar ferve no céu que por sua vez, vem suar sobre as almas inquietas..
Deixando cair gotas sobre estrelas..
Inundando de magia os corações...
É saudade que transforma-se em dor...
Onde está a minha cura que não me procura?
Me livrei do meu asco pra ver se masco uma busca...
Espero que o asteamento do meu pavilhão, não tenha sido em vão...
E que vão que me leva ao chão seja diferente dessa vez...
Já me acostumei com a textura sólida que se encontra no fundo...
Como um troféu empoeirado, fui posto de lado numa estante sem veniz...
Mas mesmo assim, ainda brilho...
E com o braço curto, ainda chego...
E como dizem, quem acredita sempre alcança...
Agora deixo de lado minha tristeza constante...
Isso me faz pobre...
E assim sou julgado pelas atrocidades que cometi a mim mesmo...
Entre todas a pior...
Ser contente...
E não acreditar em felicidade... Sou feliz...
Se sou assim, a vida fez isso de mim...
E o que esperei da vida...
Nunca foi o que ela esperava de mim...
As trombetas tocam...
É o sinal da minha partida...
Em breve voltarei do cosmos com fragmentos lunares nos poros...
Servirão de ingredientes para a receita do alquimista...
E após ser usado por eles, estarei livre pra adentrar o templo bizantino...
Localizado num oásis dentro do deserto...
Onde as serpentes dançam e não fazem mal...
Por serem seres que possuem sua importância...
Diferem de mim...
Eu apenas sustentos os pilares...
Mas a fama fica com o que acontece sobre a minha cabeça...
De certa forma, isto me fortalece...
Deixa as fibras enrijecidas para suportar as batalhas...
Dispo-me da armadura e enfrento os meus medos apenas com a espada...
E quando a luta cessar, acordarei...
E voltarei a ser criança no barro.


DINHO BRITO