Quando o sentimento te chamar,
Corra atrás dele...
Não importa o quanto seja duro
O caminho que ele imponha;
Quando o coração te chamar,
Põe tua fé nele...
Não importa que o escuro
Despedace tudo aquilo o que sonha;
Vozes arrasam o jardim como o vento;
O sentimento que nos crucifica
É o mesmo que nos coroa;
Renascente em meio aos escombros,
Contribui para o nosso crescimento;
É aquela marca que fica
E não é coisa à toa;
Sensação que nos levanta dos tombos;
Corta os nossos ramos feios,
Podando nossa árvore da vida;
Acaricia os mais tenros brotos,
Banhados a luz solar;
Antes dos fins, nos mostra os meios;
Desfazendo uma decisão sofrida;
Nos tira do fundo dos esgotos;
Devolve a capacidade de sonhar,
Imaginar,
Viajar...
E quando voltamos ao princípio,
Nos lembramos que,
Quando o sentimento te chamar,
Corra atrás dele...
Não importa o quanto seja duro
O caminho que ele imponha;
Quando o coração te chamar,
Põe tua fé nele...
Não importa que o escuro
Despedace tudo aquilo o que sonha.
DINHO BRITO
Sou daqui, sou dali, eu não sou, sou de lugar nenhum. Vivendo em tribos, bandos; nômade da penumbra, senhor do canavial, capataz do derivado, escravo das circunstâncias. Estranheza por opção, loucura por natureza; com decibéis nas veias e diante da adversidade, um estado de espírito em meio ao chiqueiro. A lama está na cintura, o desespero entorno mas a mente não naufraga num mar de hipócritas de fim de ano...
terça-feira, 30 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
Sobre o auge
No meio de uma correria;
Não era isso que eu queria!
Quero estar com os pés no chão,
Ser mais algum em meio a multidão
Entrar no bar; intervalo e café
Num copo feio, frio e amargo
Só pra ver como é que é;
Comer em um simples prato,
Pagar um valor qualquer;
Passear no parque bem tranqüilo;
Comer pipocas sentado na grama;
Um moleque dizendo: - Pai, eu quero aquilo!
Minha metade dizendo que me ama!(?)
Isso tudo parece ser abstrato;
Eu sonho em ter tudo isso um dia;
Isso sim, é tudo o que eu queria!
Mas sinto as pedras em meu sapato;
Volto aquela velha correria;
Com algo acesso e quente... Me alivia!
DINHO BRITO
Não era isso que eu queria!
Quero estar com os pés no chão,
Ser mais algum em meio a multidão
Entrar no bar; intervalo e café
Num copo feio, frio e amargo
Só pra ver como é que é;
Comer em um simples prato,
Pagar um valor qualquer;
Passear no parque bem tranqüilo;
Comer pipocas sentado na grama;
Um moleque dizendo: - Pai, eu quero aquilo!
Minha metade dizendo que me ama!(?)
Isso tudo parece ser abstrato;
Eu sonho em ter tudo isso um dia;
Isso sim, é tudo o que eu queria!
Mas sinto as pedras em meu sapato;
Volto aquela velha correria;
Com algo acesso e quente... Me alivia!
DINHO BRITO
sexta-feira, 26 de março de 2010
Samba-enredo
Surgiu de maneira inusitada, após um flerte na roda de bamba;
A inocência daquela cabrocha rendeu-se ao frenético batuque do tamborim...
E mais intenso foi o olhar direcionado ao maior andarilho das redondezas...
Poderia iniciar-se daí, história de amor...
Mas, não passou de uma noite;
E a magia veio a esvair-se junto com o par de sapatos brancos
Com aquele lento abrir e fechar da porta...
Sequência de fatos que bastou pra selar a vinda ao mundo de Alcides...
Nasceu desprovido de luxo, no barraco 15 da ladeira...
E mesmo desapontado com pela figura masculina na qual devia espelhar-se,
Manteve os genes de suas origens;
Notava-se a semelhança com o tal malandro que o abandonaste,
E perante as adversidades, tornou-se um guri requisitado;
Dominante na arte de fazer travessuras,
Criativo dentro das limitações existentes no cortiço;
Qualidades adentraram o passar dos anos
E logo o moleque descobriu sua verdadeira e genética vocação...
Apesar de ser tentado por maneiras ilícitas de viver...
Conheceu a cadência e logo rendeu-se a marcação...
E nesta convivência assídua, evoluía na avenida;
Seus dons o fizeram um mestre do samba...
Alcides agora vivia apenas nas veias e em pedaços de papel;
Cidinho da Ladeira era quem desfilava em bares e becos...
Se bem que, boemia, encaixaria bem em seu sobrenome
Já que a sua Ternura tinha hora marcada pra buscá-lo na birosca...
Aliás, Glorinha tinha atributos medicinais;
A única que curava efeitos da superdosagem etílica do seu Nego...
Mas, sua vida de excessos encurtava cada vez mais seus caminhos
E seus talentos seguiam em decadência sem possibilidade de retorno...
Sua vida, repleta de acontecimentos únicos,
Parecia não ter sentido a medida em que se aproximava do fim...
O corpo antes forte, reclamava seus males
E o prejudicial foi predominante pra que ele percebesse o quanto era vulnerável...
Os que antes o acompanhavam, eram os mesmos que lhe viravam as costas...
Foi aí então que ele percebeu que mesmo ser ter conhecido o tal homem,
Teve sua história feito cópia da jornada daquele saltimbanco que o fez...
E num dia cinzento, Cidinho acorda lá pelas onze,
Dá um beijo na Preta como se fosse o último; e era...
Desceu a ladeira, que lhe deu o pseudônimo... Lentamente...
Foi de encontro ao velho botequim,
O mesmo onde mantinha a décadas a mesma pendura...
Lançou mão de seu instrumento musical,
E mais uma vez iniciou a rotina que lhe deu fama e respeito;
Sob olhares atentos e aplausos entusiasmados,
Fazia o choro sair de cordas através de seu dedilhado
E as lágrimas emotivas a escorrerem no seu rosto enrugado...
Subitamente, durante a roda, as atenções desviaram-se...
Uma forte brisa soprou a oeste criando calafrios;
Num movimento uniforme, todos se viraram contra a mesa,
E após frações de segundos, perceberam o silêncio...
Eram meio-dia daquele sábado distinto;
Alcides; Cidinho da Ladeira; Boêmio; Moleque; abraçado ao seu cavaco,
Deixava aquela que, o próprio chamava de samba-enredo...
O bamba deixara todos de queixo caído ao deixar a vida...
Apesar do seu traçado até aqui ter sido inconsequente,
Há quem o diga que, pensavam ser um imortal...
Nasceu sem pedir, viveu sem medidas, se foi fazendo o que mais amava...
O eterno Guri se foi mas, o intuito ainda vive;
Também nascemos sem pedir, vivemos nossos excessos, ultrapassamos nossos limites
Mas, nunca devemos deixar de intensificar nossos amores;
Seja um lugar, uma pessoa, um estado, uma ação...
E mesmo que vidas assim como a desse malandro, tenham tido fatos ruins,
Sempre existem um lado claro nas coisas, depende apenas do ponto de vista...
E assim, Cidinho vive pois, mudam-se os personagens e cenários
Mas, a história sempre será a mesma, com início, meio e fim...
Porquê, Alcides é meu pai, é minha mãe, é meu irmão,
É meu amigo, é você...
Alcides sou eu.
DINHO BRITO
A inocência daquela cabrocha rendeu-se ao frenético batuque do tamborim...
E mais intenso foi o olhar direcionado ao maior andarilho das redondezas...
Poderia iniciar-se daí, história de amor...
Mas, não passou de uma noite;
E a magia veio a esvair-se junto com o par de sapatos brancos
Com aquele lento abrir e fechar da porta...
Sequência de fatos que bastou pra selar a vinda ao mundo de Alcides...
Nasceu desprovido de luxo, no barraco 15 da ladeira...
E mesmo desapontado com pela figura masculina na qual devia espelhar-se,
Manteve os genes de suas origens;
Notava-se a semelhança com o tal malandro que o abandonaste,
E perante as adversidades, tornou-se um guri requisitado;
Dominante na arte de fazer travessuras,
Criativo dentro das limitações existentes no cortiço;
Qualidades adentraram o passar dos anos
E logo o moleque descobriu sua verdadeira e genética vocação...
Apesar de ser tentado por maneiras ilícitas de viver...
Conheceu a cadência e logo rendeu-se a marcação...
E nesta convivência assídua, evoluía na avenida;
Seus dons o fizeram um mestre do samba...
Alcides agora vivia apenas nas veias e em pedaços de papel;
Cidinho da Ladeira era quem desfilava em bares e becos...
Se bem que, boemia, encaixaria bem em seu sobrenome
Já que a sua Ternura tinha hora marcada pra buscá-lo na birosca...
Aliás, Glorinha tinha atributos medicinais;
A única que curava efeitos da superdosagem etílica do seu Nego...
Mas, sua vida de excessos encurtava cada vez mais seus caminhos
E seus talentos seguiam em decadência sem possibilidade de retorno...
Sua vida, repleta de acontecimentos únicos,
Parecia não ter sentido a medida em que se aproximava do fim...
O corpo antes forte, reclamava seus males
E o prejudicial foi predominante pra que ele percebesse o quanto era vulnerável...
Os que antes o acompanhavam, eram os mesmos que lhe viravam as costas...
Foi aí então que ele percebeu que mesmo ser ter conhecido o tal homem,
Teve sua história feito cópia da jornada daquele saltimbanco que o fez...
E num dia cinzento, Cidinho acorda lá pelas onze,
Dá um beijo na Preta como se fosse o último; e era...
Desceu a ladeira, que lhe deu o pseudônimo... Lentamente...
Foi de encontro ao velho botequim,
O mesmo onde mantinha a décadas a mesma pendura...
Lançou mão de seu instrumento musical,
E mais uma vez iniciou a rotina que lhe deu fama e respeito;
Sob olhares atentos e aplausos entusiasmados,
Fazia o choro sair de cordas através de seu dedilhado
E as lágrimas emotivas a escorrerem no seu rosto enrugado...
Subitamente, durante a roda, as atenções desviaram-se...
Uma forte brisa soprou a oeste criando calafrios;
Num movimento uniforme, todos se viraram contra a mesa,
E após frações de segundos, perceberam o silêncio...
Eram meio-dia daquele sábado distinto;
Alcides; Cidinho da Ladeira; Boêmio; Moleque; abraçado ao seu cavaco,
Deixava aquela que, o próprio chamava de samba-enredo...
O bamba deixara todos de queixo caído ao deixar a vida...
Apesar do seu traçado até aqui ter sido inconsequente,
Há quem o diga que, pensavam ser um imortal...
Nasceu sem pedir, viveu sem medidas, se foi fazendo o que mais amava...
O eterno Guri se foi mas, o intuito ainda vive;
Também nascemos sem pedir, vivemos nossos excessos, ultrapassamos nossos limites
Mas, nunca devemos deixar de intensificar nossos amores;
Seja um lugar, uma pessoa, um estado, uma ação...
E mesmo que vidas assim como a desse malandro, tenham tido fatos ruins,
Sempre existem um lado claro nas coisas, depende apenas do ponto de vista...
E assim, Cidinho vive pois, mudam-se os personagens e cenários
Mas, a história sempre será a mesma, com início, meio e fim...
Porquê, Alcides é meu pai, é minha mãe, é meu irmão,
É meu amigo, é você...
Alcides sou eu.
DINHO BRITO
sábado, 13 de março de 2010
Quebra - cabeças (Tente entender)
O vento sopra forte lá fora,
O frio da estação invade aqui dentro,
Apenas as paredes escutam o meu lamento;
O chão absorve o meu impacto agora,
Ao ver meu ego indo embora;
E quando um simples momento
Parece concreto em certa hora,
Ouço distante uma voz que me cobra
Empenho pra terminar esse tormento;
Estou cansado de tanto morrer,
Estou morrendo de tanto sorrir,
Estou sorrindo de tanto pensar;
Mas não pretendo parar e desistir;
Não é tão fácil assim me dominar;
Sentidos figurados não irão me deter;
Sou forte perante a minha fragilidade;
A tolerância é um grande trunfo;
Estou armado com os canhões da justiça,
E a verdade é força aliada;
Sei que vou vencer,
Não quero mais sofrer,
Das cinzas, irei renascer,
O que vale é o meu querer;
Confio em minha pessoa,
Minha insanidade não é à toa,
Mas minha intenção é boa;
Eu quero casar com você.
DINHO BRITO
O frio da estação invade aqui dentro,
Apenas as paredes escutam o meu lamento;
O chão absorve o meu impacto agora,
Ao ver meu ego indo embora;
E quando um simples momento
Parece concreto em certa hora,
Ouço distante uma voz que me cobra
Empenho pra terminar esse tormento;
Estou cansado de tanto morrer,
Estou morrendo de tanto sorrir,
Estou sorrindo de tanto pensar;
Mas não pretendo parar e desistir;
Não é tão fácil assim me dominar;
Sentidos figurados não irão me deter;
Sou forte perante a minha fragilidade;
A tolerância é um grande trunfo;
Estou armado com os canhões da justiça,
E a verdade é força aliada;
Sei que vou vencer,
Não quero mais sofrer,
Das cinzas, irei renascer,
O que vale é o meu querer;
Confio em minha pessoa,
Minha insanidade não é à toa,
Mas minha intenção é boa;
Eu quero casar com você.
DINHO BRITO
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