Enquanto a chuva caia
E o céu, com nuvens, escurecia
O viajante da vida repousava
Numa cripta sombria
E em meio à lagrimas
Entorpecia-se com o odor
Exalado por seu pobre coração
Cansado de lutas, derrotas e decepções...
E acomodado com tal situação
Perdia lentamente a crença em si mesmo
E ao conhecer novas pessoas
Não esboçava surpresa
Por não haver melhoras aparentes...
Idas e vindas sem paradeiro
Sem respostas, sem curas, sem alegrias...
Mas, tal imprevisível é a chuva,
Assim é o acaso e a vida...
Quando menos se espera
Surgem anjos ocultos
Os quais o viajante não acreditava na existência
Tamanha perfeição em suas formas e feitos...
Entre tantos seres celestiais
Para o viajante apenas um importou verdadeiramente...
E em certos momentos na vida,
Aparecem determinadas oportunidades
De se fazer certas coisas,
E não podemos deixar de fazer a coisa certa...
E assim, o fez...
Diante de um anjo de pele alva,
Cabelos brilhantes e reluzentes
Como a intensa luz do sol,
Vidros que sobrepõem retinas,
Íris sedutoras como um negro diamante,
Voz serena e pacificadora...
Seu sorriso é um complemento
De toda a beleza e maestria...
Resgatou o viajante que voltou a acreditar...
Apesar de pouco tempo de surgimento
E de ter descido do céu,
Tem devolvido algo que há tempos, o viajante não tinha...
Fez uma mudança nos pensamentos...
Arrastou móveis, tirou a poeira... Arrumou e ornamentou...
E deixou o coração de um jeito que ninguém diria
Que já tivesse sido destruído por tempestades, terremotos e furações...
E assim adentrou um peito vazio e opaco
Com uma incrível capacidade de salvar...
E o anjo, mesmo sem saber,
Num quase-sem-querer,
Despertou no viajante, um grande poder
E o nosso, antes triste, nômade do amor,
Desceu do corcel, pendurou o chapéu,
Desfez as malas, retirou as botas,
E teve o coração voltando a bater.
DINHO BRITO
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