Tons cinza no céu abrangente;
Mesmo após a tempestade voraz;
Tarde fria não me põe horror,
Importante é ver o meu amor...
Desfilo entre velhas edificações,
Sigo um traçado em busca do encontro;
Desço ladeiras de Santa Teresa com fervor,
Seguindo o rastro do perfume do meu amor...
Chego a praça da boemia antiga,
Desvio por entre mesas estreitas;
Na Lapa, entro no bar de um senhor
E pergunto: - Onde encontro o meu amor?
Começo a me preoculpar com o desencontro;
Rasgo ruas numa agressiva velocidade;
No Aterro, chego acompanhado do temor;
Será que não encontrarei o meu amor?
Meu rosto molhado pelo desespero
Não faz com que eu encerre minha busca;
Em Copacabana, procuro por onde for;
Só penso em ter o meu amor...
Inacreditável pensar que tudo foi em vão;
Sinto um vazio, me despedaçando pelo chão;
Observo o mar sobre as pedras do Arpoador,
E me perco com a falta do meu amor...
De repente sinto uma presença inconfundível;
Que surge com aquele perfume incomparável;
É aquela que cura toda a minha dor;
Finalmente encontrei o meu grande amor...
E com a voz suave, você me diz com firmeza:
- Pra que tanta procura e tanto sofrimento incerto,
Se o que você procurava sempre esteve perto?
Se o mundo e as pessoas te iludiram,
Meu sentimento nunca te enganou;
Enquanto você procura acabar com toda essa dor,
A cura sempre esteve dentro do teu coração;
Nada mais, nada menos do que todo o meu amor.
DINHO BRITO
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