Sou daqui, sou dali, eu não sou, sou de lugar nenhum. Vivendo em tribos, bandos; nômade da penumbra, senhor do canavial, capataz do derivado, escravo das circunstâncias. Estranheza por opção, loucura por natureza; com decibéis nas veias e diante da adversidade, um estado de espírito em meio ao chiqueiro. A lama está na cintura, o desespero entorno mas a mente não naufraga num mar de hipócritas de fim de ano...
sábado, 2 de julho de 2011
Entrevista cedida ao Cultura NI, por Rodrigo Caetano.
Rodrigo Caetano: Conversei com Dinho Brito, um misto de cantor e escritor que está lançando seu primeiro livro através de uma rede chamada “Ag Book” (http://www.agbook.com.br/ ), um sistema de publicação de livros sob demanda que está fazendo a diferença para diversos autores anônimos.
Dinho está com 30 anos, trabalha numa empresa de controle de pestes urbanas, já estudou educação física e canta em algumas bandas de rock. Quando serviu o exército, Dinho fraturou a perna e teve que ocupar um cargo que lhe deu um enorme prazer: o de telefonista. Cuidava de toda a parte de comunicação do exército. “Foi uma grande experiência, tínhamos uma rádio lá, onde eu era o apresentador, o sonoplasta, o diretor, o redator. Sinto saudades do exército e de trabalhar como locutor”, conta Dinho. Mas essa não foi sua primeira experiência com o microfone.
Seu contato com a música começou na adolescência, Dinho Brito: “Comecei ainda jovem tocando em bares, colégio e cursos. Não comecei a escrever para a banda porque os outros caras eram mais velhos e eu obedecia tudo o que eles falavam”. A timidez impedia que Dinho mostrasse os textos que escrevia. A noiva foi a primeira leitora dos poemas, sonetos e canções românticas dedicadas a ela.
RC: Falando sobre o livro, ele diz que começou a escrever em 1993, inspirado por momentos da vida, manhãs de surf e relacionamentos com mulheres. DB: “Confesso que fiz diversos textos. Muitos deles, sob o efeito de drogas. Minha mente parecia mais aberta, e ao contrário de muitos, minha percepção ficava aguçada.” RC: O livro “Por Caminhos Incertos Tão Certos” está disponível para compra e download pelo site da AgBook. DB: “Já tentei publicar o livro por diversas editoras, algumas me reprovaram, outras mandaram um contrato totalmente desfavorável para mim. Mas a AgBook foi bem mais sedutora, e me deram as dicas que eu precisava para colocar no formato de impressão.”
Boa iniciativa
RC: A AgBook é uma rede que publica livros sob demanda, possibilitando o autor publicar seu livro gratuitamente. DB: “Acho a AgBook uma boa iniciativa para novos escritores, ainda mais porque hoje em dia tudo acontece pela web. Outras editoras já faziam isso, mas eu parabenizo a AgBook por ela ter tornado isso mais fácil de acontecer. Um escritor novo entra nessa como cego em tiroteio. Precisamos de ajuda, e eles dão a ajuda que precisamos.”
RC: Influenciado por Renato Russo, Raul Seixas, Casemiro de Abreu, Drummond de Andrade e os filósofos Aristóteles e Sócrates, Dinho gostaria que as pessoas respeitassem mais o artista, seja qual for a arte. DB: “Curtir, gostar, aplaudir, apoiar, incentivar e elogiar é muito gratificante, mas não pagam contas”, diz ele, que sonha com o dia em que o artista seja visto como um padeiro, cujos clientes o procuram não para elogiar seu produto, mas para comprá-lo. “Se hoje em dia eu não vivo de música ou de livros, não é porque eu não quero. É falta de um apoio de verdade que valorize o meu trabalho de forma que eu possa fazer dele minha prioridade.”
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